segunda-feira, 19 de maio de 2008

Kubernetes

Dando continuidade ao módulo “Comunicação e Mensagem” da disciplina Teoria da Comunicação, passamos a discutir a Cibernética.
Proposta nos anos 1940 pelo professor de matemática Norbert Wiener (MIT/EUA), a Cibernética surge como um vasto campo de estudos das mensagens como meios de dirigir a maquinaria e a sociedade, tomando como parâmetro o funcionamento dos organismos vivos.
A hipótese fundamental da Cibernética é a de que certas funções nas máquinas, nos seres vivos e, em certo sentido, também na sociedade, são equivalentes e redutíveis a modelos matemáticos.
Essas certas funções dizem respeito ao modo como os sistemas, sejam biológicos, tecnológicos ou sociais, respondem às mensagens do mundo exterior, adequando-se a ele. Assim, no centro dos estudos da Cibernética aparece a comunicação. Em outras palavras, o estudo de como as mensagens são percebidas pelos sistemas, modificando sua organização interna e interferindo nas ações que devolvem para o mundo.
Saber como ocorre esse processo, sobretudo nos seres vivos, de modo a desenvolver máquinas capazes de tal proeza, era o propósito da Cibernética.
Com isso, a Cibernética se viu diante dos desafios da linguagem, em seus níveis sintático, semântico e pragmático, bem como das complexas relações entre eles. Para alcançar seu intuito, a jovem ciência viu-se ainda frente ao estudo do funcionamento dos aparatos sensório, cognitivo e motor envolvidos na comunicação, tanto nos humanos quanto em outras espécies.
Como ciência, o projeto da Cibernética revelou-se vítima de sua própria ousadia. A amplitude de sua problemática, contudo, influenciou e favoreceu o aparecimento de outras ciências, teorias e discussões fundamentais da contemporaneidade, tais como as Ciências Cognitivas, o pensamento cibernético nas Ciências Sociais via Gregory Bateson e Margaret Mead, a noção estruturalista da sociedade de Lévi-Strauss, a compreensão de cultura de Geertz, conforme expôs Kim (2004). Em seu lugar, consolidaram-se outras disciplinas cibernéticas por natureza, como a Informática, a Robótica, a Inteligência Artificial.
Apesar de seu naufrágio, em tempos em que os computadores do ciberespaço (contração de cybernetics space) mediam as relações sociais e afetivas e em que a metáfora da criação da vida artificial se atualiza nos ciborgues (contração de cybernetics organism), nossa obrigação é voltar ao marco zero da ciência que anunciou as continuidades entre máquinas e organismos vivos, colocando a comunicação no centro da vida inteligente.
Assim, passamos da cibernética à cibercultura e entramos no módulo “Comunicação e Contemporaneidade”. Sejam bem-vindos à jornada final de nosso programa.
Mirna Feitoza
;)

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