Conforme McLuhan, o homem fica tão fascinado com sua própria invenção que às vezes chega a adorá-la como se fosse um Deus. Com Narciso aconteceu a mesma coisa: admirado com sua própria imagem refletida na água, entregou-se ao encantamento, tornando-se embotado por ela, sem saber que se tratava de seu reflexo no espelho.
O mito de Narciso é usado por McLuhan para nos dizer que toda extensão de nós mesmos, em outras palavras, toda tecnologia, é uma espécie de "auto-amputação" de nosso próprio corpo físico impelida pelas "pressões irritantes", os "hiperestímulos" sofridos pelo sistema nervoso central.
No entanto, assim como Narciso, estamos tão encantados com nossas auto-amputações que não percebemos que estas são apenas partes de nosso corpo. Só nos damos conta disso quanto estas nos faltam, sumindo de nossa vista, deixando-nos possessos, irritados, numa reação do sistema nervoso central.
A auto-amputação impossibilita o auto-reconhecimento, uma vez que ficamos "entorpecidos" com as extensões de nós mesmos.
Com o avanço da energia elétrica, parece que o ser humano não se contentou com a extensão de si mesmo, ficando preso pelo seu fascínio, trazendo problemas para o sistema nervoso. Ou seja, ele está cada vez mais irritado, cultuando sua própria imagem, sem perceber que acaba se matando aos poucos.
Tema do debate: O amante de gadgets. Narciso como narcose
Nome: Lino de Paulo
Habilitação: Jornalismo
Turma: CJN01S2
2 comentários:
É como se o homem se tornasse órgão sexual do mundo da máquina.
O mundo da máquina corresponde ao amor do homem atendendo a suas vontades e desejos.
Adelyane Lobato
CJN01S2
2008
Segue comentário do colega Fernando Andrade sobre o tema debatido em sala de aula.
Macluhan elegeu a televisão como paradigma da aldeia global, conceito criado por ele, contudo, na aldeia comunitária a comunicação é bidirecional enquanto na televisão o telespectador é passivo, ou seja, não há interação. Com o surgimento de novas tecnologias como o celular e a internet seu conceito criou maior solidez e contemporaneidade.
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